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Exposição de Teresa Brazão

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SHOW ME THE WAY TO THE NEXT WHISKY 1

A exposição “(show me the way to the next) whisky bar” é inaugurada no segundo aniversário do Funchal Ateneu Café. Este espaço foi inaugurado em Novembro 2012 com a minha exposição “Angels”, e festejou o primeiro aniversário com a minha exposição “Wings”. O meu retorno à pintura deve-se à abertura deste espaço, e ao empenho e incentivo da Isabel Brazão e do Carlos Pereira. Muito obrigada. Se não fossem vocês ia ser muito mais difícil eu recomeçar a pintar.

Os amigos artistas têm vindo a juntar-se a este curioso fenómeno, associando-se às exposições: Em Março 2013 a Guareta Coromoto com “Comedia dell´arte”, em Maio do mesmo ano Cristiana Sousa com “Ó meu menino”, no Julho seguinte Gonçalo Gomes (GoGo) com “Zero Gravity”, em Setembro 2013 Filipa Venâncio com “Sobre mesa”, em Fevereiro 2014 “Frágil Persistência” de Mariana Marote, em Abril seguinte José Maria Ribeiro Pereira com “Desenhos do Zé Maria”, e em Setembro 2014 “Peixe” de Gonçalo Gouveia. A todos um grande abraço, e um muito obrigada. Vamos tentar continuar assim, construindo um Funchal Ateneu Café muito especial.

Nasci no Funchal em 1952. Fiz o curso de Artes Plásticas / Pintura pelo ISAD, Instituto Superior de Artes Plásticas e Design, hoje integrado na Universidade da Madeira. Fiz várias exposições individuais e colectivas, pinturas murais e cartazes, capas de livros, ilustrações, etc. Fui funcionária da Delegação de Turismo (Informações), guia-intérprete, trabalhei em hotelaria (recepção), fui professora de Educação Visual/ Trabalhos Manuais no ensino particular, e depois funcionária pública, tendo exercido funções na Direcção Regional dos Assuntos Culturais (Chefe de Divisão de Animação e Divulgação Culturais) e na Câmara Municipal do Funchal (Directora do Departamento de Cultura).

Texto: Teresa Brazão

As exposições contam histórias. Mesmo que inadvertidamente, sobram imagens do quotidiano para a tela. Há um modo de sentir que se nos escapa e que as imagens se encarregam de espelhar. Não é que a gente faça de propósito, nada disso. Quando se pinta descansa-se a cabeça. Tem-se pensamentos primários, do tipo aqui fica bem castanho e aqui amarelo. Mas, sem darmos por isso, há umas coisas que saltam de nós para a tela. Terminado o trabalho, é curioso observá-las. Só as topamos quando ganhamos uma certa distância. Aí sim, podemos arriscar-nos a lê-las…

Das imagens desta exposição estou ainda muito perto, mas vou tentar.

Esta exposição é o meu trabalho do ano de 2014. Mesmo que, como disse, essa não tenha sido a minha intenção, a exposição é também um relato de acontecimentos sucessivos, e do resultado que essas condicionantes tiveram em mim. Qual história aos quadradinhos.
“Show me the way to the next whisky bar” não pode deixar de falar da nostalgia de um tempo que passou há muito. Da época em que haviam realmente tertúlias, em que existiam ideologias, sobretudo em que imperava a sinceridade. E a curiosidade. E a vontade de saber coisas novas, de inventar soluções, e pugnar pelo bem colectivo.

Talvez uma fuga. Para os anos 30 de Bertold Brecht e de Kurt Weill, ou os 60 de Jim Morrison e os Doors.
Sobretudo, e por falar à minha memória pessoal, para uma época em que eram todos iguais, todos vestiam jeans. Talvez uma seta nas memórias mais profundas, talvez uma chamada de atenção às pessoas, que já foram capazes de criar, de raciocinar, de agir, de idealizar. De pensar em todos antes de idolatrar o próprio umbigo. Será que a solução está dentro de nós?!
Será que o melhor é desistir, esquecer Brecht e Morrison, e procurar o próximo bar?! Ou será melhor ainda procurar o whisky bar desses tempos que também eram de crise, cá dentro de nós, e tentar implementar um pouco mais de criatividade a tudo isto?!
…show me the way to the next, please!

(ou então não é nada disto, é simplesmente um grupo de amigos que se reúne ao fim do dia para tomar um copo e descontrair)
Teresa Brazão

Benvindos ao Alabama Song!
Uma exposição que reverte aos anos 60 (ou 30?), uma altura, uma maneira de pensar que se concentra nos pormenores que ninguém nota quando está nos lugares. Esta exposição tem a particularidade de valorizar o que temos de mais genuíno e simples: as pernas escondidas atrás das mesas, dos sofás, dos comboios, das esplanadas, das casas, das visitas aos sítios que fazemos. São posições e maneiras de estar. Assim como a vida.
A profundidade do tema deve-se à profundidade do sentimento. Deve-se à valorização das pequenas coisas que, se calhar nem notamos, mas estão lá. São descrições tímidas e ao mesmo tempo poderosas dos cantos, das formas de encarar as situações, das maneiras de viver. Resultado de uma experiência e observação de um mundo a mudar, nem sempre para melhor, mas tendo sempre em foco as rotinas do dia-a-dia.
Depois de “Angels” e “Wings”, Teresa Brazão assume um olhar à postura das pessoas e recua a um tempo em que o preço de ser e estar se elevava ao possuir, às aparências. Daí as calças de ganga, muito azuis! É um olhar à verdadeira importância das coisas, neste e noutros tempos.
A técnica utilizada das cores e profundidade realça-se cada vez mais, acontecendo uma explosão e força notáveis. O poder das cores e das distâncias (por mais pequeninas que sejam), exaltam os maiores valores. São pormenores de quem está a olhar para um mundo verdadeiro.
Esta exposição concentra-se no que é bonito na vida. Tudo o que devemos olhar além barreiras. Basta cruzar a perna e deixar fluir. Como o Jim Morrison. Viver com cor, música e sentimento. E talvez um whisky…!

Texto: Cristina Brazão


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